segunda-feira, 21 de maio de 2018

06. Das Tripas Coração





Meu amor é uma fênix: prefere morrer a viver eternamente
Me amar é um fardo: é assim — meu amor por mim

Quando eu amo eu quero com as dores do parto parir um deus
Na mira do dardo, um tiro certeiro, um peso pesado

Eu também sacrifiquei meu primogênito no fogo de um altar sacrificial:
Credor — pago com amor, pois criei assim o meu bem e meu mal

Inventei pra mim o meu cantar que me faz tirar leite das pedras
Das tripas coração, de onde tiro agora também esta canção

No calor da batalha, no meio da luta
Sou filho do sol e filho da puta
No silêncio da estrada, no meio do caminho
Sou imperador apóstata, o anticristo e o deus do vinho

Toda crítica é uma sedução; toda sedução: corrupção da juventude
Condena-me à cicuta a justiça com a sua força bruta!

Passei o dia inteiro fugindo da razão, além de negador, também fui a negação
Na hora mais silenciosa eu tive que dizer “não”

O martelo do juiz e o cassetete da polícia — mal sabem eles que pimenta é uma delícia!
E a educação pública é a “máscara de flandres” da nova república

Que não me ouçam eu perdoo, que não me escutem – é imperdoável
Enquanto vivo for, da colisão de consciências serei catalisador

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