segunda-feira, 21 de maio de 2018

01. Era Da Presunção




Há quem tema quem tenha sido “imposto”
E prefira em seu lugar um impostor
Que finge ser ungido de luz
Quando é recheado de pus

Há quem rastejando no esgoto veja
Menor aquele que voa mais alto
E prepare para ele uma cruz
E um inferno na Terra depois

Na era da presunção arde
A fogueira das vaidades
Não me perdoam que eu não inveje
Todas as suas pequenas virtudes

Pra baixo, todo santo ajuda
Pro alto, é um deus nos acuda
Chamam a frugalidade de pobreza
Pois, nunca saberão da minha riqueza 

Eu sigo sem eira nem beira
Vou dando nó em goteira
E quando eu voei para bem longe
Também me enojei da sua caveira

Já vejo queimar a grande cidade
Em uma gigantesca coluna de fogo
Talvez terá sido pela faísca
Que sempre salta dos meus olhos

— Me dou a liberdade de medir minha distância dos “cristãos” em anos-luz!
— E me reservo o direito de enfiar no rabo dessa gente sua cruz!
— Celebro o segredo consagrado à recôndita câmara do espírito!
— Nunca tendo sido um “cristão”, sempre têm me tomado pra Cristo!

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